Nome científico: Euterpe oleracea Mart.
Família: Arecaceae
Origem e distribuição geográfica: O açaizeiro tem como centro de origem a Amazônia Oriental Brasileira, mais precisamente a região do estuário do Rio Amazonas. No estuário do grande rio, são encontradas densas e diversificadas populações naturais, com variações bem acentuadas no que concerne às características morfológicas, fenológicas, fisiológicas e agronômicas das plantas. As variações encontradas dentro das populações, normalmente, são mais expressivas que entre as populações.
No Brasil, ocorre em estado nativo no Pará, Amapá, Maranhão, Tocantins e Mato Grosso. É também encontrado, espontaneamente, na Guiana, Guiana Francesa, Suriname, Venezuela, Panamá, Equador, Panamá, Equador e Trinidad. Nesses países, a espécie é pouco explorada, por ocorrer em baixa freqüência e com poucos indivíduos por hectare.
Descrição da planta: É uma palmeira multicaule, com até 25 estipes por touceira. Os estipes, nos indivíduos adultos, apresentam altura e diâmetro variando entre 3 m e 20 m e entre 7 cm e 18 cm, respectivamente. Cada estipe sustenta, em sua porção terminal, um conjunto de 8 a 14 folhas compostas, pinadas e de arranjo espiralado, com 40 a 80 pares de folíolos, opostos ou subopostos. A inflorescência do açaizeiro é infrafoliar e disposta quase horizontalmente. Nos dois primeiros terços de cada ráquila as flores estão dispostas em tríades, com cada flor feminina ladeada por duas flores masculinas. No terço terminal das ráquilas encontra-se, normalmente, somente flores masculinas. As inflorescências apresentam, em média, 80,5% de flores masculinas e 19,5% de flores femininas. O fruto é uma drupa globosa, apresentando resíduos florais, com diâmetro variando entre 1 cm e 2 cm e peso médio de 1,5 g. O epicarpo, nos frutos maduros, apresenta coloração arroxeada quase preta ou verde, dependendo do tipo. O mesocarpo é polposo e delgado, com espessura quase sempre igual ou inferior a 1 mm e envolve o volumoso e duro endocarpo o qual contém em seu interior uma semente, com embrião diminuto e abundante endosperma ruminado.
Propagação: É propagado por sementes, as quais germinam entre 22 dias e 48 dias após a semeadura. As mudas estão aptas para serem plantadas no local definitivo, seis a oito meses após a semeadura.
Variedades e clones: Não existem variedades nem clones de açaizeiro devidamente caracterizados e avaliados. Nas populações naturais e nos pomares encontram-se diversos tipos que se distinguem entre si pelas seguintes características: cor e tamanho dos frutos, tamanho dos cachos, disposição das ráquilas, diâmetro dos estipes, número de estipes por touceira, entre outras. Os dois tipos mais comuns são: o açaí roxo, também denominado de açaí preto e o açaí branco. O primeiro apresenta frutos com coloração arroxeada, quase preta, quando completamente maduros; no segundo tipo, a coloração dos frutos, mesmo quando completamente maduros, é verde.
Clima e solo: Espécie tipicamente tropical, desenvolve-se melhor e apresenta maior produtividade em locais com tipos climáticos quentes e úmidos e com precipitação de chuvas superior a 1.800 mm, bem distribuídas nos meses do ano. Não é indicado o seu cultivo em áreas com temperaturas médias anuais inferiores a 21° C. Pode ser cultivado tanto em solos de terra firme como em solos de várzea. A espécie dispõe de mecanismos adaptativos para sobreviver em solos com baixa tensão de oxigênio, no entanto, o seu cultivo em áreas permanentemente inundadas não é recomendado, pois o crescimento da planta e a produção de frutos são bastante afetados.
Espaçamento: O espaçamento indicado para a cultura é de 5 m x 5 m, com quatro plantas por touceira, o qual possibilita o estabelecimento de 1.600 plantas hectare. No plantio do açaizeiro em consórcio com o cupuaçuzeiro, a primeira espécie deve ser plantada no espaçamento de 5 m x 5 m e a segunda, no espaçamento de 10 m x 10 m. Nesse sistema, cada hectare comporta 400 cupuaçuzeiros e 100 touceiras de açaizeiro, cada uma manejada com quatro plantas.
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