quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Receitas Exóticas

Açaí com Peito de Frango
Ingredientes:
1 peito de frango assado na chapa;
1 colher (de sopa) de margarina;
1 colher (de sopa) de amido de milho;
250 ml de açaí (+ grosso, concentrado)sal a gosto;
1 colher (de chá) de salsa e manjericão desidratados.
Derreta a margarina e adicione o amido de milho, para que se faça a base do molho. Após dissolver completamente a margarina coloque o açaí lentamente. Não deixe ferver. Acrescente o sal. Retire a panela do fogo e coloque as ervas desidratadas. Cubra todo o peito de frango com molho de açaí e está pronto para servir.
Frapê de Açaí com Tapioca
Ingredientes:
100g de polpa congelada de açaí;
100ml de leite;
50ml de leite de coco;
2 colheres de sopa de tapioca;
Açúcar a gosto;
Modo de Preparo:Misture o leite ao leite de coco, coloque a tapioca de molho nessa mistura e leve à geladeira por pelo menos 30 minutos. Depois misture à polpa congelada de açaí e bata no liquidificador.




Mousse de Açaí
Ingredientes:
250g de polpa de açaí;
250ml de creme de leite fresco;
2 colheres (chá) de gelatina sem sabor;
2 claras de ovo;
2 colheres (sopa) de água;
6 colheres (sopa) de açúcar;
óleo para untar;
Modo de preparo:Numa panela pequena, coloque a água e o açúcar. Leve ao fogo médio por 4 minutos. Enquanto isso, prepare as claras. Numa batedeira, coloque as claras e bata em velocidade alta por 3 minutos. Retire a calda do fogo e despeje sobre as claras, que devem continuar sendo batidas, em forma de fio. Continue batendo até que o recipiente da batedeira esfrie. Enquanto isso, coloque a polpa de açaí numa panela pequena e leve ao fogo baixo. Deixe reduzir por 8 minutos. Dissolva a gelatina conforme as instruções da embalagem.Num recipiente, coloque o merengue, a polpa de açaí e a gelatina. Mexa bem. Reserve. Acrescente o creme de leite fresco na batedeira e bata até o ponto de chantilly. Adicione o chantilly ao creme reservado e mexa bem. Coloque sobre formas, individuais para pudim, untadas com óleo e leve para a geladeira por no mínimo 6 horas. Desenforme e sirva.

Petit Suisse recheado de Açaí
Ingredientes:Petit Suisse
200 ml de creme de leite;
50 g de açúcar de confeiteiro;
300 g de cream cheese;
150 g de polpa de açaí;
75 g de açúcar;Calda de Goiaba
4 goiabas vermelhas e maduras;
1 xícara de chá de açúcar;
1 xícara de chá de água;
suco de 1 limão;
gotas de açaí e de goiaba para decorar;
Modo de Preparo Bater o creme de leite em ponto de chantilly, colocar o açúcar de confeiteiro e por último o cream cheese. Levar ao fogo baixo a polpa de açaí com o açúcar e reduzir pela metade. Deixar esfriar. Montar em aros de fundo falso uma camada do creme, rechear com o açaí e finalizar com uma última camada do creme. Embrulhar em papel-filme e levar para gelar por 3 horas.

Pudim de Açaí
Ingredientes:
2 colheres (de sopa) de maizena;
2 latas de leite condensado;
2 latas de creme de leite;
6 ovos;
1 medida (da lata de leite condensado) de açaí bem grosso;
1 colher de manteiga e 5 gotas de baunilha.
Modo de Preparo: Bater no liqüidificador o leite, os ovos, a medida de açaí e a baunilha. Colocar em uma forma caramelada com mel Karo e levar ao fogo, em banho-maria, até ganhar consistência. Creme: Levar ao fogo 2 latas de leite condensado, 2 latas de creme de leite, 1 medida de açaí bem grosso, 2 colheres (de sopa) de maizena esperando engrossar, mexendo sempre. Desenformar o pudim depois de frio, cobri-lo com o creme e enfeitar com cerejas.


Transporte

O horário matutino é fundamental para o transporte, pois os frutos estão com a temperatura mais baixa, o que reduz o processo de degradação. Quando o transporte é realizado nas primeiras horas do dia, garante, dependendo da distância, a chegada dos frutos nos grandes centros consumidores, como Belém, no dia seguinte ao da colheita.
Quando o tempo entre a colheita e o despolpamento for superior a 48 horas, os frutos do açaizeiro têm sido transportados em sacos de polipropileno, com capacidade para até 60 kg, recobertos com gelo. No entanto, deve ser evitado o contado direto dos frutos com o gelo, que pode provocar queimaduras no epicarpo, diminuindo a qualidade do produto e aumentando a área de exposição à contaminação por microrganismos. No transporte fluvial, os barcos que transportam pescados também podem ser usados, desde que convenientemente higienizados.
Na Região Amazônica, o meio de transporte mais utilizado é o fluvial, o que facilita o escoamento da produção de frutos de açaizeiro provenientes das áreas de várzeas.
O transporte fluvial pode ser realizado em embarcação de pequeno porte , com capacidade variando de 200 kg até poucas toneladas. Esse tipo de embarcação cobre pequenas distâncias e a operação de transporte, na maioria das vezes, realizada no período noturno e com o tempo entre 30 minutos a 3 horas.
Quando há a necessidade de transportar volumes maiores de frutos, são utilizadas embarcações com capacidade entre 10 e 20 toneladas. Os pequenos produtores ribeirinhos muitas das vezes comercializam as suas produções, em pontos distantes dos centros de consumo, para serem transportadas em barcos maiores.

A produção originada de áreas de terra firme é transportada, normalmente, por via rodoviária, em caminhões ou pequenos veículos utilitários e os frutos são acondicionados em sacos de plástico, com capacidade para 60 kg, cestos, paneiros, caixas de plástico ou a granel. O transporte em recipientes não-adequados, como cestos e paneiros, pode provocar a ocorrência de danos físicos aos frutos, acelerando a sua degradação.
Durante o transporte dos frutos, deve ser evitado o contato ou a ocupação de ambientes que transportem produtos químicos, combustíveis, graxas, defensivos químicos e animais vivos, ou que acondicionem peixes, frangos e outras carnes, assim como qualquer outra substância capaz de contribuir para a contaminação dos frutos do açaizeiro.
Após a descarga, o veículo utilizado para o transporte de frutos de açaizeiro, deve ser limpo, como medida preventiva à propagação de microrganismos ou pragas, evitando danos aos próximos lotes a serem transportados.
Durante a entressafra do açaizeiro, no Estado do Pará, os processadores de Belém, principalmente, são supridos pelos frutos produzidos nos Estados do Maranhão e do Amapá. A produção vinda do Maranhão é transportada por via rodoviária e a do Amapá, muitas das vezes, utiliza barcos dotados de câmaras frias ou em compartimento de carga com gelo.

Foto: Marcus Arthur Marçal de Vasconcelos
Embarcação de pequeno porte utilizada no transporte de frutos de açaí.

Armazenamento


Os locais de armazenamento, antes do transporte dos frutos para os locais de processamento, devem ser exclusivos para a estocagem do açaí, sendo vetado a ambiência com outros alimentos, material de limpeza, combustíveis, lubrificantes, peças de motores, defensivos agrícolas ou qualquer outro material que possa concorrer para a contaminação da produção. O ambiente de armazenagem deve ser preservado da ocorrência de pragas que possam contaminar, direta ou indiretamente, os frutos.
Ao final de cada safra, e no início da próxima, é recomendável a limpeza do local de armazenamento, eliminando as sujidades, insetos ou qualquer outro material estranho ou indesejável.
Os frutos de açaizeiro são muito perecíveis, por isso devem ser despolpados no tempo máximo de 24 horas, após a colheita, quando estocados sob temperatura ambiente. O processo de degradação é acelerado, principalmente, pelas temperaturas elevadas nas áreas de produção e comercialização, o que torna a proteção contra radiação solar direta um fator importante para evitar a perda excessiva de água, prejudicial a despolpa, pois provoca a diminuição do rendimento e o açaí obtido apresentará cor inadequada, com restrições da aceitabilidade quando da comercialização.
A preservação de pós-colheita dos frutos do açaizeiro pode ser prolongada, a exemplo do que ocorre com outras frutas tropicais, mantendo-os em ambientes com temperatura em torno de 10 oC, muito embora não existam estudos formais sobre a conservação desses frutos em ambientes refrigerados.

Acondicionamento

Os frutos, após a colheita e debulha manual das ráquilas, são acondicionados, rusticamente, em cestos, feitos com fibras vegetais, ou paneiros, confeccionados com fibras de jacitara (Desmoncus polyacanthus Mart.) ou de guarumã (Ischinasiphon obliquus (Rud.) Koern.), com capacidade para comportar 14 ou 28 kg de frutos (Fig. 6). Os cestos ou rasas oferecem boa aeração, favorecendo a conservação dos frutos.

O acondicionamento dos frutos também pode ser feito em caixas de plástico (Fig. 7) utilizadas na colheita e transporte de outras frutas, as quais possuem aberturas laterais facilitando a aeração,. Essas caixas são mais fáceis de higienizar, resistentes e duráveis, além de proteger os frutos contra danos mecânicos, tão comuns nos frutos do açaizeiro quando acondicionados em cestos ou paneiros, causado pelo empilhamento desses durante o transporte aos centros consumidores.

Quando do acondicionamento dos frutos, seja em cestos, paneiros ou caixas de plásticos, devem ser tomados os cuidados necessários que evitem o contato desses recipientes com o solo, além de exposições desnecessárias à radiação direta dos raios solares, pois aumentam a possibilidade de ressecamento e deterioração dos frutos.
O uso de caixas de plástico minimiza a contaminação dos frutos, mesmo se mantidas indevidamente em contato com o solo, quando comparado ao que possa ocorrer quando acondicionados em cestos ou paneiros. Outra vantagem das caixas de plástico é de ocupar menor espaço e dar maior estabilidade à carga durante o transporte, pois possuem encaixe perfeito quando sobrepostas, maximizando a utilização dos espaços e diminuindo a pressão sobre os frutos. Entretanto, esse tipo de acondicionador tem o custo mais elevado, o que torna a sua popularização mais lenta, quando comparado aos cestos e paneiros.

Debulha

Após a colheita dos cachos, ainda no açaizal, são realizadas as operações de debulha e de catação, que consistem da liberação dos frutos dos cachos e da seleção dos frutos de acordo com a coloração ou estágio de maturação , respectivamente. Os frutos do açaizeiro são classificados em:

- Vitrin: os frutos apresentam grande parte da casca (epicarpo) com a coloração roxo-escura e o restante a verde-escura, não estando em condições de colheita;
- Paró ou Parau: os frutos apresentam a coloração roxo-escura intensa, com brilho na superfície da casca, mas ainda não no ponto ideal de colheita;
- Tuíra: os frutos apresentam a casca com a tonalidade roxo-escura intensa, mas recoberta por uma camada de pó com a tonalidade branco-acinzentada, que caracteriza estádio adequado para a colheita dos frutos.
Os frutos do açaizeiro devem ser debulhados, preferencialmente, sobre lonas ou plásticos , ou ainda diretamente nas caixas de plástico, evitando o contato direto dos frutos com o solo ou com qualquer outro contaminante, como combustíveis ou produtos químicos. Nessa operação, é feita a seleção visual e a eliminação de frutos atacados por insetos, doenças ou animais e daqueles contaminados por material fecal de aves. É prudente a não-permanência na área, quando da debulha dos frutos, de animais domésticos, como precaução à contaminação cruzada dos frutos.

Os frutos colhidos devem ser removidos do campo de produção, o mais rápido possível, como medida preventiva à exposição desnecessária à radiação solar direta. Na impossibilidade de imediata tomada dessa providência, os frutos devem ser mantidos a sombras das árvores ou protegidos da radiação usando, para tal, folhas de açaizeiro ou de outras palmeiras.

Deve ser ressaltado que existem iniciativas para o transporte dos frutos dentro do açaizal, através do uso de vagonetas, que se deslocam sobre trilhos, e circulam entre as touceiras recolhendo as caixas de plástico contendo os frutos. Essa operação concorre para a redução de danos mecânicos nos frutos e torna o produto menos susceptível à deterioração e, conseqüentemente, melhora a qualidade do açaí.
Após a debulha, os restos dos cachos são deixados no local e, com a decomposição, servem de adubo orgânico, mas podem ser utilizados na confecção de vassouras rústicas.

Colheita



A colheita se inicia aos 180 dias após a antese, ocasião em que o epicarpo apresenta uma coloração roxo-escura ou verde-escura, ambas recobertas por uma camada acinzentada. A colheita é uma operação onerosa e difícil, pois os estipes atingem facilmente de 10 a 15 metros de altura, com o perigo de quebra ou tombamento dos mesmos.
Durante a operação de colheita devem ser estabelecidos certos padrões, como realizá-la na época certa e de higiene ainda no campo. A colheita deve ser seguida de imediata seleção, com a remoção de produtos indesejáveis à comercialização e ao processamento. Os produtos rejeitados não devem ser mantidos sobre o solo por longos períodos, pois são focos de contaminação dos produtos sadios (Chitarra, 1990).
O colhedor escala o estipe com auxílio de uma peconha e corta o cacho, na sua base, tendo o cuidado para que não se desprenda uma quantidade elevada de frutos das ráquilas. Após o corte, o cacho normalmente é depositado ao solo, mas é recomendado faze-lo sobre lona ou toalha de plástico, pois com essa prática é possível evitar a maior contaminação dos frutos.

Um escalador habilidoso é capaz de passar de um estipe para outro, em uma mesma touceira, sem descer ao solo, coletando, em função do peso, de 3 a 5 cachos em uma única escalada. Normalmente, um bom escalador é capaz de colher de 150 a 200 kg de frutos numa jornada de trabalho de 6 horas.
A colheita, preferencialmente, deve ser realizada pela manhã, pois as chuvas, normalmente acompanhadas de ventos fortes, ocorrem com maior freqüência no período vespertino e tornam mais difícil a escalada nos estipes, que ficam mais escorregadios.
A Embrapa Amazônia Oriental testou, com sucesso, um equipamento na colheita de cachos de pupunheira (Bactris gasipaes H.B.K.), que, certamente, pode ser utilizado na otimização do processo de colheita de cachos de açaizeiro. Consiste de uma vara de alumínio, com 6 metros de comprimento, contendo na sua extremidade superior uma lâmina, para o corte do cacho; um recipiente, para a depositação do cacho e uma roldana, permitindo a descida e a subida desse recipiente, facilitando a operação de colheita em áreas com exploração intensa e racionalizada, dando maior segurança ao colhedor, pois dispensa a necessidade de escalar o açaizeiro.

Época de produção e produtividade

A produção de açaí, na microrregião de Belém, ocorre em todos os meses do ano, sendo, no entanto, insignificante, no período compreendido entre janeiro e julho. A safra se concentra no segundo semestre do ano, com maiores produções nos meses de setembro, outubro, novembro e dezembro. Aproximadamente, 76% da produção de frutos se verifica nesses meses. Nas demais regiões produtoras do Estado do Pará, o padrão de distribuição da produção é semelhante ao verificado em Belém, com exceção de alguns municípios situados na microrregião de Breves onde os picos de safra ocorrem, predominantemente, no primeiro semestre e a estação de baixa produção de frutos, no segundo. Esse padrão de distribuição da produção também é observado em alguns municípios do Estado do Amapá.
O açaizeiro inicia seu ciclo de produção três anos e meio a quatro anos após o plantio. Os primeiros cachos produzidos são pequenos, raramente com peso superior a 5,0 kg. Dependendo das práticas de cultivo e de manejo adotados no pomar, a produtividade varia bastante. Em pomares bem conduzidos, é possível obter produtividade de até 20 toneladas de frutos por hectare, quando as plantas atingem idade igual ou superior a oito anos.

A árvore


Nome científico: Euterpe oleracea Mart.

Família: Arecaceae

Origem e distribuição geográfica: O açaizeiro tem como centro de origem a Amazônia Oriental Brasileira, mais precisamente a região do estuário do Rio Amazonas. No estuário do grande rio, são encontradas densas e diversificadas populações naturais, com variações bem acentuadas no que concerne às características morfológicas, fenológicas, fisiológicas e agronômicas das plantas. As variações encontradas dentro das populações, normalmente, são mais expressivas que entre as populações.
No Brasil, ocorre em estado nativo no Pará, Amapá, Maranhão, Tocantins e Mato Grosso. É também encontrado, espontaneamente, na Guiana, Guiana Francesa, Suriname, Venezuela, Panamá, Equador, Panamá, Equador e Trinidad. Nesses países, a espécie é pouco explorada, por ocorrer em baixa freqüência e com poucos indivíduos por hectare.
Descrição da planta: É uma palmeira multicaule, com até 25 estipes por touceira. Os estipes, nos indivíduos adultos, apresentam altura e diâmetro variando entre 3 m e 20 m e entre 7 cm e 18 cm, respectivamente. Cada estipe sustenta, em sua porção terminal, um conjunto de 8 a 14 folhas compostas, pinadas e de arranjo espiralado, com 40 a 80 pares de folíolos, opostos ou subopostos. A inflorescência do açaizeiro é infrafoliar e disposta quase horizontalmente. Nos dois primeiros terços de cada ráquila as flores estão dispostas em tríades, com cada flor feminina ladeada por duas flores masculinas. No terço terminal das ráquilas encontra-se, normalmente, somente flores masculinas. As inflorescências apresentam, em média, 80,5% de flores masculinas e 19,5% de flores femininas. O fruto é uma drupa globosa, apresentando resíduos florais, com diâmetro variando entre 1 cm e 2 cm e peso médio de 1,5 g. O epicarpo, nos frutos maduros, apresenta coloração arroxeada quase preta ou verde, dependendo do tipo. O mesocarpo é polposo e delgado, com espessura quase sempre igual ou inferior a 1 mm e envolve o volumoso e duro endocarpo o qual contém em seu interior uma semente, com embrião diminuto e abundante endosperma ruminado.
Propagação: É propagado por sementes, as quais germinam entre 22 dias e 48 dias após a semeadura. As mudas estão aptas para serem plantadas no local definitivo, seis a oito meses após a semeadura.
Variedades e clones: Não existem variedades nem clones de açaizeiro devidamente caracterizados e avaliados. Nas populações naturais e nos pomares encontram-se diversos tipos que se distinguem entre si pelas seguintes características: cor e tamanho dos frutos, tamanho dos cachos, disposição das ráquilas, diâmetro dos estipes, número de estipes por touceira, entre outras. Os dois tipos mais comuns são: o açaí roxo, também denominado de açaí preto e o açaí branco. O primeiro apresenta frutos com coloração arroxeada, quase preta, quando completamente maduros; no segundo tipo, a coloração dos frutos, mesmo quando completamente maduros, é verde.
Clima e solo: Espécie tipicamente tropical, desenvolve-se melhor e apresenta maior produtividade em locais com tipos climáticos quentes e úmidos e com precipitação de chuvas superior a 1.800 mm, bem distribuídas nos meses do ano. Não é indicado o seu cultivo em áreas com temperaturas médias anuais inferiores a 21° C. Pode ser cultivado tanto em solos de terra firme como em solos de várzea. A espécie dispõe de mecanismos adaptativos para sobreviver em solos com baixa tensão de oxigênio, no entanto, o seu cultivo em áreas permanentemente inundadas não é recomendado, pois o crescimento da planta e a produção de frutos são bastante afetados.
Espaçamento: O espaçamento indicado para a cultura é de 5 m x 5 m, com quatro plantas por touceira, o qual possibilita o estabelecimento de 1.600 plantas hectare. No plantio do açaizeiro em consórcio com o cupuaçuzeiro, a primeira espécie deve ser plantada no espaçamento de 5 m x 5 m e a segunda, no espaçamento de 10 m x 10 m. Nesse sistema, cada hectare comporta 400 cupuaçuzeiros e 100 touceiras de açaizeiro, cada uma manejada com quatro plantas.

Estudos bioquímicos

Estudos bioquímicos e tecnólogos sobre o Açaí (Euterpe Oleracea) realizados pelo Centro Tecnológico da Universidade Federal do Pará em seu Departamento de Engenharia Química, e pela Unidade de Bioquímica de Nutrição da Universidade Católica de LOUVAIN (Bélgica) chegaram à seguinte conclusão:

1º) O Açaí é um alimento de base importante. A riqueza em LIPÍDIOS dá ao seu suco um valor energético duas vezes superior ao do leite.

2º) Contém elevada quantidade de VITAMINA E, sendo portanto um antioxidante natural, importante na eliminação dos radicais livres.

3º) Tem grande quantidade de fibras, o que favorece o trânsito intestinal.

4º) Tem um teor considerável de PROTEÍNAS.

5º) Os Teores de POTÁSSIO e CÁLCIO são elevados, o que faz do Açaí um alimento bastante completo.

6º) Contém ainda VITAMINA B1 e elevado teor de pigmentos ANTOCIANINAS (cor roxa violeta) que são também ANTIOXIDANTES, favorecendo a melhor circulação do sangue.


O açaí é muito rico em antocianina, uma substância anti-oxidante, que ajuda no combate ao colesterol e aos radicais livres. Você já ouviu que um copo de vinho tinto por dia faz bem ao coração? É devido à antocianina da uva. Não é por acaso que a cor do açaí é semelhante à do vinho tinto, porém o açaí tem 33 vezes mais antocianina que a uva. As antocianinas também são potentes corantes naturais.


Nutrientes
(Condição provável por 100% gramas)


Lipidios:4,79 g
Carboidratos:2,28 g
Proteínas:0,86 g
Fibras:2,91 g
Vitamina B1:0,25 mg
Antocianina:196 mg
Valor energético:57,91 Kcal

Açaí, substituto do contraste


MARCELO TOLEDO

DA FOLHA RIBEIRÃO

O Pesquisador Dráulio Barros de Araújo com uma dose da polpa de açai que está sendo testada como substituta aos contrastes.

Pesquisa da USP de Ribeirão Preto (SP) mostra que a fruta é opção aos contrastes para exames radiológicosDe simples fruta a ingrediente de contraste em exames radiológicos. O açaí, típico do Nordeste brasileiro, passou a ser uma opção inédita de contraste natural para exames de ressonância de abdome graças a uma pesquisa da USP (Universidade de São Paulo) de Ribeirão Preto.
Nos testes realizados no HC (Hospital das Clínicas) da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da USP, a ingestão de 200 ml (um copo) de polpa de açaí pelos pacientes submetidos a exames de ressonância melhorou sensivelmente a qualidade das imagens obtidas.
Desde o início do ano, 34 pacientes participaram do projeto, que tem a vantagem de ser natural e mais barato (uma dose comercial de contraste custa cerca de R$ 66, contra R$ 2 do açaí).
Segundo o professor do Departamento de Física e Matemática da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto Dráulio Barros de Araújo, que coordena a pesquisa, na análise do intestino, por exemplo, as alças normalmente ficam sobrepostas, mas, com o uso do açaí como contraste, as alças desaparecem do campo visual e restam somente os dutos na imagem. Os órgãos que mais têm sido examinados são o pâncreas e o intestino, mas o estômago e as vias biliares também já foram analisados após a ingestão de açaí.
A pesquisa é feita pelo Departamento de Física e Matemática da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, o Centro de Ciências da Imagem do HC e a Embrapa de São Carlos, com o pesquisador Luiz Alberto Colnago.

Música "Açaí" - Djavan


(Composição: Desconhecido )
Solidão de manhã,

Poeira tomando assento

Rajada de vento,

Som de assombração, coração

Sangrando toda palavra sã


A paixão puro afã,

Místico clã de sereia

Castelo de areia,

Ira de tubarão, ilusão

O sol brilha por si


Açaí, guardiã

Zum de besouro um imã

Branca é a tez da manhã

Saiba mais...


O açaí é uma palmeira do norte do País. É conhecido pelos indígenas como "içá-çai", a fruta que chora. Sendo típico da Amazônia, espalha-se por toda a região, chegando ao Maranhão, Guiana e à Venezuela. As utilidades da planta vão desde do tradicional "vinho do açaí", até cremes, sucos, sorvetes, picolés, licores, mingau (com farinha de tapioca,peixes, banana etc). O caroço pode ser usado para produzir artesanato e adubo orgânico de excelente qualidade. O cacho serve para fazer vassoura e adubo orgânico, e quando queimado produz uma fumaça que é utilizada como repelente de insetos como o carapanã e maruim. O palmito é bastante empregado no preparo de saladas, recheios e cremes e serve também como alimento para os animais. As raízes combatem a hemorragia e verminoses.
O açaí foi objeto da tese de mestrado em Ciências Farmacêuticas, da Faculdade de Farmácia da UFRJ, de Gracilene Barros dos Santos, sob a orientação do professor Fábio de Sousa Menezes, do Departamento de Produtos Naturais e Alimentos da universidade. Os resultados alcançados pela dupla foram surpreendentes, para não dizer fantásticos. "Inicialmente, nosso objetivo era apenas conhecer mais profundamente a química e a farmacologia geral do açaí. Mas assim que começamos a trabalhar, percebemos a enorme riqueza química de suas folhas, cachos, flores e, em especial, frutos", diz o professor.
Ele conta que, num primeiro momento, surgiu a idéia de comparar o extrato da Euterpe oleracea com o da Saw Palmeto (nome científico Sabal serrulata), palmeira norte-americana pertencente à mesma família e que é utilizada para a fabricação de um comprimido para tratamento da hiperplasia prostática. Bastante comum, a doença se caracteriza pelo aumento da próstata. "Na época, não conseguimos encontrar parceiro para fazer o teste farmacológico; por isso, tivemos que nos contentar em comparar quimicamente o extrato do açaí com um preparado à base do comprimido extraído da palmeira norte-americana. O resultado evidenciou claramente que, como a composição química de ambas as plantas é praticamente a mesma, provavelmente a atividade farmacológica também será bastante semelhante", explica o professor. "Ou seja, em vez de gastar fortunas com a importação do comprimido feito da palmeira americana, o Brasil pode vir a desenvolver um produto similar genuinamente nacional do extrato do açaí que substitua ou, pelo menos, se torne uma alternativa a mais ao produto desenvolvido nos Estados Unidos", entusiasma-se Fábio Menezes.
Ele lembra que, como os estudos mostraram que o açaí possui baixíssima toxidez, há segurança mais do que suficiente para produzir medicamentos a partir do extrato do fruto. Segundo o professor, com a publicação da tese já foi encontrado um parceiro e, em breve, serão iniciados os estudos farmacológicos que comprovarão definitivamente a atividade do extrato do açaí no tratamento da hiperplasia prostática, doença que vem atingindo homens cada vez mais precocemente. "Hoje em dia, os urologistas já estão relatando casos de hiperplasia da próstata a partir de 40 anos de idade".
Outra conclusão de extrema relevância diz respeito à propriedade comprovada pela pesquisa de o extrato do açaí exterminar o caramujo Biomphalaria grablata, que é o hospedeiro intermediário na esquistossomose. Como possui um ciclo evolutivo bem definido, caso este ciclo seja interrompido _ no caso, com a morte do caramujo_ a doença deixa de existir. "A forma infectante da esquistossomose (a cercária) vem do caramujo; se o açaí mata esse caramujo, impede a disseminação da doença", explica Fábio Menezes. De acordo com o professor, os testes realizados comprovaram que os caramujos tiveram interrompida a sua capacidade de reprodução e, num prazo de três meses, 90% deles havia morrido. Passado esse período, os 10% que sobreviveram voltaram a se reproduzir.
"Em termos práticos, o que isso significa? "As terras alagadas, que são o mais perfeito habitat para o caramujo, são também áreas muito propensas à proliferação da Euterpe oleracea. Essas palmeiras crescem em terrenos alagadiços e, através da migração pelo solo e pelas raízes de suas substâncias químicas, os açudes próximos ficam protegidos da presença dos caramujos. Em outras palavras: em primeiro lugar, o açaí impede a reprodução do caramujo e, depois, vai exterminando-o aos poucos", explica Fábio Menezes. Ele faz questão de ressaltar que os testes realizados em laboratório foram feitos com uma quantidade mínima de extrato, numa concentração final de 10 ppm (partes por milhão) em solução aquosa. "Essa quantidade é tão pequena que se pode afirmar que é facilmente absorvida pelo solo e, conseqüentemente, pelo caramujo".
As propriedades antioxidantes e antimicrobianas do açaí também ficaram comprovadas graças ao estudo dos pesquisadores. "Constatamos que o açaí possui uma capacidade antioxidante cinco vezes maior pelo teste do DPPH do que a do Gingko biloba, produto fitoterapêutico que hoje é muito conhecido e utilizado no mundo inteiro", conta o professor. Por outro lado, a pesquisa provou a atuação antimicrobiana do extrato do fruto, principalmente frente ao Staphylococcus aureus, principal bactéria encontrada na pele humana. "A união das capacidades antioxidante e antimicrobiana pode levar à produção, por exemplo, de um creme ou gel contra o envelhecimento da pele que, paralelamente, previna infecções dermatológicas". Todos os testes farmacológicos realizados para o açaí foram fruto de convênios que Fábio Menezes mantém com outros professores da Universidade do Brasil/UFRJ. Esse fato mostra que a interdisciplinaridade parece ser o caminho atual da ciência", acredita o professor.
Por fim, uma má notícia para os consumidores fiéis de sucos e preparados à base da polpa congelada do açaí. O estudo feito na UFRJ comprovou que as polpas industrializadas possuem quase nenhuma similaridade química com a fruta. "Além de possuírem enormes quantidades de aditivos químicos, conservantes e estabilizantes, que dão as características de odor e sabor do açaí, esses produtos têm zero de atividade antioxidante. Ou seja, de açaí, mesmo, eles parecem só ter o gosto e o cheiro", finaliza o professor.
A potencialidade para os mercados no exterior é grande e já existem várias marcas para a comercialização do produto. Geralmente, estas marcas são conjuntos de palavras que, entre outras palavras, contem o nome da planta, como por exemplo "Amazon Açaí" ou "Açaí Power", Porem, desde março de 2001, o próprio nome da planta "Açaí" se tornou marca registrada na União Européia. Nos Estados Unidos, a marca "Acaí" (neste sistema, a letra "ç" não é valida) foi registrada em março 2001 e abandonada em março 2002. A marca está disponível.

A Lenda do Açaí

Há muito tempo, quando ainda não existia a cidade de Belém, viveu neste local uma numerosa tribo indígena.Como os alimentos eram escassos, tornava-se muito difícil conseguir alimentos para todos os índios da tribo. Então o cacique tomou uma decisão muito cruel. Resolveu que todas as crianças que nascessem a partir daquela data seriam, necessariamente sacrificadas para não aumentar ainda mais sua tribo, uma vez que não haveria alimentos para mais ninguém. Porém, pouco tempo depois, a filha do cacique chamada IAÇA deu a luz a uma bonita menina. Seu pai não hesitou um só instante em dar cumprimento a sua própria ordem e a filha de IAÇa foi morta.
A índia ficou desesperada, chorava todas as noites de saudade de sua filhinha. Em uma noite de lua cheia, ela ouviu o choro de uma criança, saiu de sua oca para ver de que se tratava e viu, ao pé de uma esbelta palmeira, a sua filha que a esperava erguendo os bracinhos. Radiante de alegria, IAÇA correu para abraçá-la, mas quando abraçou fortemente a criança misteriosamente desapareceu. A índia foi encontrada no dia seguinte morta, abraçada ao tronco da palmeira. No rosto trazia ainda um sorriso de felicidade e seus olhos negros fitavam o alto da palmeira que estava carregada de frutinhos escuros. O cacique mandou que apanhassem os frutos e os amassassem para deles extrair-lhes o suco. Assim foi feito, os índios amassando as frutinhas obtiveram o vinho violáceo do Açaí.

O cacique a partir daí suspendeu a limitação de seu povo, não existente mais sacrifícios das crianças, elas poderiam continuar a nascer livremente, pois não faltaria mais alimentos para cria-las fortes e saudáveis. E agradecendo a Tupã o cacique deu o nome de AÇAÍ aos frutinhos encontrados, que seria justamente o nome de IAÇA invertido.

Fonte: Lendas Amazônicas – Elaborado pela Historiadora Ângela Maria Minharro. Sedido pela Secretaria de Educação de Inhangapi.

Nome Científico


Açaí é o fruto da palmeira conhecida como açaizeiro, cujo nome científico é Euterpe oleracea.


É uma espécie nativa das várzeas daregião amazônica, especificamente dos seguintes países:Venezuela, Equador, Colômbia, Guianas e Brasil (estados do Amazonas, Amapá, Pará, Maranhão e Acre).